2013
A vivacidade dos judeus prestamistas do Recife
A VIVACIDADE DOS JUDEUS PRESTAMISTAS*
Paulo Lisker, de Israel
Era no tempo que ninguém tinha carro nem existiam supermercados para fazer compras do extremamente necessário para preparar o almoço ou a janta da filharada, para o marido ou o patrão, que só voltava da faina diária lá pelo anoitecer e "morto de fome".
Daí a importância de uma venda ou uma mercearia no bairro e mais que nada a presença do verdureiro, fruteiro e outros inúmeros vendedores de tudo que era necessário ter na dispensa da cozinha, para preparar as refeições diárias.
Os prestamistas judeus que moravam na Rua Gervásio Pires, no bairro da Boa Vista, em geral eram pequenos comerciantes, (na realidade ambulantes), que saiam a vender á prestação, cortes de tecido, sapatos, sombrinhas, móveis rústicos etc., nos subúrbios do Recife.
Viajavam de bonde para Areias, Afogados, Apipucos, Camaragibe, Cordeiro, Peixinhos, Casa Amarela, Imbiribeira, Água Fria, Tegipió, Beberibe, Jaboatão, Catende, e muitos outros lugares mais afastados do Recife.
Aonde os bondes não chegavam tomavam o trem da "Gretoeste", nunca relutavam, fosse chuva ou calor arretado, era o "ganha pão" destes imigrantes judeus que chegaram ao "novo mundo" no principio do século passado!
Meu pai me dizia com muito orgulho e respeito, que estes prestamistas* vestiram e calçaram o povo suburbano, pois loja nenhuma desses artigos no Recife vendia nada a prestação (fiado, não era costume na época), ainda mais a um cliente descalço mal vestido e sem documento de identidade de qualquer espécie!
Meu pai e meu avô, se sentiam orgulhosos de terem se "embrenhado no mato", procurando fazer amizades com gente pobre e humilde, trazendo o "desenvolvimento" para aqueles que nem se arriscavam a ir às lojas do Recife para pegar estes artigos com suas próprias mãos.
Os prestamistas judeus foram naquela época os elos entre o habitante suburbano pobre e as lojas que negociavam com estas mercadorias.
Eles compravam a prazo nas lojas do Recife somente baseado na sua "palavra de honra" e revendiam aos moradores pobres dos subúrbios a prazo ainda mais extensos e desta forma facilitavam o pagamento.
Este negócio era baseado em confiança mútua, não se usava cheques, promissórias, ou outro qualquer sistema de garantia.
Tudo era registrado num cartão comum com o valor da compra e os pagamentos que foram realizados. Legalmente em caso de discórdia, não valiam absolutamente, nada.
Tudo estava baseado só na "palavra de honra" de um cliente analfabeto sem carteira de identidade ou qualquer outro documento oficial de identificação, nem lugar de moradia permanente. Condições precárias para desenvolver qualquer tipo de comercio. Porém os judeus recém chegados da Europa encontraram um caminho "milagroso" para transformar esta modalidade de venda a prazo de porta em porta num nível de uma nova arte comercial, nunca dantes explorada.
Grande parte dos "prestamistas" era na realidade "ambulante", (ou clienteltshikim, em iídiche) e eles também como seus clientes (fregueses) eram analfabetos.
Falavam com muitas dificuldades o português.
Em diversas ocasiões se viram em perigo de vida, não por assalto ou roubo de mercadoria que carregavam, mas pela maneira errônea de se comunicar e criavam situações de sérios desentendimentos entre as partes envolvidas neste tipo de comercio. **
Isto posto, lógico que não sabiam nem ler nem escrever, dominavam o iídiche*** , assim se comunicavam entre si na sociedade de emigrantes europeus.
A Praça Maciel Pinheiro era o "parlamento" dessa gente trabalhadora, lá se recebia toda informação necessária para se manter em dia, receber empréstimo, escutar os boatos que corriam na comunidade judaica, novidades e noticias em geral, pois não liam jornais (dificuldade com o idioma) e quais lojas estão facilitando a compra de mercadorias a prazo, para vender nas áreas suburbanas do Recife.
Disse-me Sr. Moishe (um tio intelectual) que também vivia de vender a prestação, que mesmo estes de vieram para o Recife dos distintos países europeus, falavam mal o idioma materno, e de ler e escrever, nem se fala!
Perguntei: Como se aventuravam a sair pro "mato", levando mercadoria sem saber falar?
Respondeu-me: Os mais veteranos ensinaram aos novatos (Griner, em iídiche), três palavras que serviriam para "entabular uma negociação"!
-Quais? Retruquei, e ele sem titubear me disse:
BOM, BUNITO (bonito), BARATO.
BOM, BUNITO, BARATO,
BOM, BUNITO, BARATO.
Este era o famoso pregão, que usavam pelas veredas dos subúrbios, iam de casebre ou mocambo a mocambo propondo as mercadorias das lojas do Recife.
O povo já de longe identificava pelo sotaque de estrangeiro que o "galego ou o russo da prestação" estava chegando com os "objetos" pra vender ou cobrar a parcela do pagamento semanal ou mensal!
Estes prestamistas judeus andavam pelos caminhos sem rua, sem nome, sem numero das "vivendas", pregando em voz alta, quase gritando, - BOM, BARATO, BUNITO - BOM, BARATO, BUNITO, BOM. BARATO, BUNITO....
Até que o povo acudia, quando necessitava algo que o "galego ou o russo da prestação" trazia para vender.
Para outros servia de alerta e permitia suficiente tempo ao ouvir o pregão iam se esconder, pois não tinham ou queriam pagar a prestação semanal e mandavam o menino para o "front":
-Pai mandou dizer que ele não está em casa e que seu Moisés volte na semana que vem. (Para o pobre e humilde suburbano todos os judeus eram Moisés).
O "seu Moisés" entendia o comunicado, mas nunca reclamou, pois a simbiose entre as partes era o verdadeiro postulado da "teoria comercial da venda à prestação".
BOM, BARATO, BUNITO - BOM, BARATO, BUNITO - BOM. BARATO, BUNITO.....
Continuava a faina diária, caminhando a um rumo não bem definido cercado de matagal e de montes de lixo.
Assim começaram a sua vida como pequenos ambulantes "prestamistas" quase todos os judeus do Recife.
Meio intrigado e desconfiado com essa estória, perguntei ao tio Moishe:
-Como viajavam de bonde, se não sabiam ler o letreiro que indicava o destino?
Com um sorriso meio sacana me respondeu o tio Moishe:
-Eles conheciam o motorneiro e assim sabiam para onde vai o "tramway"!
Imagine se o motorneiro adoecia ou se embebedou com a vitória do Santa Cruz no último domingo, ou mesmo o mudassem de linha, aí "fodeu a cartola", os dias de viagem para a cobrança ficavam perdidos até que tudo voltasse a se normalizar.
Imaginem o prestamista com um baú de mercadorias "lutando" para subir no bonde e depois de pagar a passagem ao condutor, descobrir que está no bonde errado.
É o que nós os letrados chamamos de "imprevistos no exercício da profissão".
Vida difícil dessa gente que procurava o seu "ganha pão", mesmo com todas as dificuldades neste novo mundo para eles totalmente desconhecido.
Tem também outras coisas que ninguém conta daquela situação difícil que passaram os judeus no principio de século XX.
Não era costume contar as dificuldades e aperreios que atravessavam (questão de orgulho próprio), para evitar que os outros patrícios ficassem sabendo.
Um exemplo clássico era que estes imigrantes judeus dificilmente diferenciavam um cliente de outro e diziam que "todos os negros são parecidos".
Ao vender um objeto qualquer a fulano, quando voltava depois de uma semana ou duas para cobrar a primeira prestação já não tinha certeza para quem vendeu, tanto fulano como sicrano dizia que nunca compraram nada do "seu Moisés".
Naquele tempo em arrabaldes de crescimento espontâneo não era comum nomes de ruas, numeração dos mocambos, ninguém assinava nada (analfabetos), era necessário ser bom fisionomista para voltar ao mesmo lugar e a mesma pessoa.
Meu pai teve uma idéia genial, comprou do livreiro Baras na Rua da Matriz uma caixa de giz escolar.
Com o tempo e a experiência então quando vendia algo a um freguês, marcava na porta ou na taipa do mocambo com giz, um numero ou nome (em geral em letras hebraicas como no iídiche) e paralelamente assinalava na sua lista, o subúrbio que visitou e o nome do motorneiro do bonde em que viajou.
Satisfeito com o invento, não contou aos outros patrícios para que não lhe roubem a "patente", acho que se via entre os mais sérios candidatos para o próximo Prêmio Nobel de Economia.
Mas o que meu pai não considerou foi algo de capital importância.
"Deus é brasileiro" e o Recife tem um clima tropical úmido com aguaceiros (torós de chuvas intensas), que apagavam todos os sinais de giz que escreveu nas portas dos mocambos.
No dia da cobrança, "todos negros e seus mocambos" eram iguaizinhos e tudo voltava à estaca zero.
-Quem comprou quem pagou quem é você, quem sou eu, o enigma continuava.
Esta profissão nas condições das primeiras décadas do século passado tinha por demais imprevistos.
Inventou de comprar uma motocicleta para facilitar a andança no areal, aí vinham às cheias muito comuns no Recife causadas pelos aterros feitos pelos portugueses depois que os holandeses se foram da Cidade Maurícia!
-Pra que tanto canal? Vamos aterrar com o lixo da cidade! Matutavam os portugueses.
Assim sendo, não funcionava a drenagem das cheias, nem o motor da motocicleta.
Fim da etapa do "prestamista motorizado"!
Depois comprou um cavalo, este bicho até nadar sabia e não tinha medo de lama. Mas como levá-lo para nossa casa no Recife?
Minha mãe não queria vê-lo nem de longe, então teve que deixar o pobre animal com um criador no Prado.
No princípio estava tudo bem até que chegaram as contas de comidas, remédios o trabalho pelo cuidado com o animal, ai chegou também o fim do "capítulo do prestamista montado".
Neste "comercio à prestação", era praxe cobrar dos clientes preços exorbitantes isto pela simples razão que, um freguês fugia, outro se escondia, ou perdeu o emprego, outro comprou remédios, pois adoeceu com a "bexiga lixa", outro devolvia a mercadoria por que não foi do gosto da mulher, resultado, para um que pagava, outros 4-5 se desvincilhavam por um motivo ou outro!
Não era sopa, sem saber o idioma, vivendo do mínimo, sem casa própria, às vezes sem água encanada, ter como pagar por eletricidade, em muitas casas era comum o candeeiro a querosene.
O gás vinha do Gasômetro através de tubulação de metal que mais vazava do que conduzia o gás (perigo danado de explosão).
Cozinhavam em fogão a carvão vegetal, na minha casa mesmo, tínhamos um quarto no fundo do quintal para reserva de carvão caso faltasse o gás. Interessante que nesta "cama de carvão" as galinhas preferiam por os ovos.
Quando chovia eram goteiras em quase toda a casa pelas telhas partidas e falta de dinheiro para por a coisa em ordem. Uma correria danada para colocar bacias, latas, até garrafas, tudo que servisse para evitar inundação da casa.
Ninguém comprava nada novo, moveis necessários, camas, cadeiras, armários, tudo de "segunda mão", rematado no leilão Maia na Rua da Conceição.
O problema crucial dessas compras era o cupim que vinha infestado nestes móveis de madeira, os comiam inteirinhos até os tacos do chão reduziam a pó.
O esgoto da casa era desviado para uma profunda fossa no quintal, pois muitas ruas não estavam conectadas com o esgoto municipal que só foi construído muitos anos depois.
Hoje entendo como nossas fruteiras no quintal eram tão produtivas, estavam com suas raízes recebendo os minerais necessários do esterco humano que a nossa família produzia.
Quem poderia imaginar estas dificuldades.
A geração judia de hoje nem de leve, nos seus piores pesadelos poderia imaginar tal situação em que viveram seus pais e avós. Assim era a vida nas primeiras décadas do século XX!
A adaptação ao "modus vivendis brasiliense", não foi fácil, creia-me.
Só a perseverança desta gente trabalhadora entrelaçada com boa maneira do acolhimento por parte da população local, poderia absorver esta população de imigrantes e possibilitar o que hoje são eles para a vida sócio-econômica do Recife.
* Prestamistas - Vendedores ambulantes, em geral nos subúrbios das grandes cidades. Vendas a prazo de mercadorias e utensílios domésticos em geral para a população menos favorecida.
** No livro "JACOB da BALALAICA" do Dr. Meraldo Zisman, no trecho ASPECLÁRIA. Pág. 53-54, trás um exemplo desta natureza, muito comum pela falta quase total do vocabulário português destes emigrantes. Libertas editora.
*** Iídiche - Um dialeto falado pelos judeus europeus, baseado na língua alemã e que durante séculos foi o elo de ligação entre eles. Quando imigraram para o "Novo Mundo" levaram consigo este idioma para todo continente americano.
Perguntariam com muita razão os leitores: Existiam também prestamistas não judeus?
A resposta seria uma só: Não. E aqueles que tentaram fracassaram. Parece que esta modalidade era inerente deste povo que conhecia as leis do comercio a prazo em condições de extrema pobreza e analfabetismo.
FIM
Todos os direitos autorais registrados.
Foto: Internet

Dr. Jacques Ribemboim Recife
ResponderExcluirDISSE:
Paulo, a cronica esta ótima, parabéns.
E esta foto maravilhosa, alguém conhecido?
Abraços, Jacques Ribemboim, como vc sabe: filho de Senha.
19 de janeiro de 2013 10:31
Anônimo Anônimo disse...
Dr. Ary Ruchansky Israel
DISSE:
Reli pela terceira vez.
É pena que nâo aproveitem o conteúdo sociológico destes pioneiros.
Material inédito, para população geral. . ary.
Até aqui, um abraço.
Dr. Jacques Ribemboim Recife
ResponderExcluirDISSE:
Paulo, a cronica esta ótima, parabéns.
E esta foto maravilhosa, alguém conhecido?
Abraços, Jacques Ribemboim, como vc sabe: filho de Senha.
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Dr. Ary Ruchansky Israel
DISSE:
Reli pela terceira vez.
É pena que nâo aproveitem o conteúdo sociológico destes pioneiros.
Material inédito, para população geral. . ary.
Até aqui, um abraço.
Prof. Mario Baras- Jerusalem
ResponderExcluirDISSE:
Caro Paulo
Eu tambem recebo suas cronicas com muita satisfação e prazer. Por favor continue. A foto que Simone enviou tem um grande valor para mim. Meus pais José e Helena Baras aparecem na primeira fila da audiência na ponta esquerda. Junto à eles estamos eu e meu irmão Alfredo. Alem disso e para minha surpresa tem um monte de pessoas que eu rconheci apesar dos 55 (ou mais) anos passados.
Muito Obrigado!
Mario
Mario Baras, Ph.D.
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Eng. Israel Coslovsky São Paulo
DISSE:
PAULO
GOSTEI MUITO, UM RETRATO VIVIDO DO QUE PASSARAM OS NOSSOS ANTEPASSADOS AO CHEGAREM AO BRASIL
NÃO SEI SE ERA PEGADINHA, MAS TUBARIA É MAIS PARA RELATIVO A TIPO DE CONEXÃO, ACHO QUE NO CASO DEVERIA SER TUBULAÇÃO MESMO.
UM ABRAÇO
ISRAEL
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Dr. M. Rosenblatt Israel
DISSE:
Paulo:
Apos ler esse seu ultimo artigo, cheguei à conclusão que você tem OBRIGACAO MORAL de botar tudo num livro e eu acho que esse livro vai ter grande aceitação, principalmente no Recife. Isso porque, o que você relata ninguém relata. Esse livro seria uma preciosidade histórica e, quem sabe, talvez a prefeitura do Recife (departamento de cultura) ou mesmo o governo do estado, poderia ajudar a publicar esse livro. Hoje, pela internet, você encontra e-mails e endereços de todos os elementos que poderiam se interessar na publicação desse livro sobre os judeus de Recife. Talvez a organização Joaquim Nabuco. Talvez o filho de Senha Ribemboim. A filha dele, Kátia Pines, e’ chefe do departamento cultural da embaixada do Brasil em Tel Aviv.
Você tenta com um, tenta com outro e mais outro e no fim, encontra alguém ou alguma organização que fica interessada em publicar seus artigos em forma de livro. Ou escreva pro advogado Marcos Wasserman em Tel Aviv. Ele e’ o presidente do Centro Cultural Israel-Brasil e acho que ele vai poder te ajudar na edição desse livro. Você pode também escrever na Google “Editoras de Livros no Recife” e se interessar com elas sobre a publicação de um livro.
Essas suas lembranças poderiam ser editadas em um ou dois ou três ou mais tomos, dependendo de quanto você ainda quer escrever.
Pense nisso, o.k.? E não desista se receber respostas negativas de um ou dois elementos.
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19 de janeiro de 2013 09:07
ResponderExcluirProfessora Tânia N. Kaufman- Recife
DISSE:
Como sempre deliciosa a crônica.
Me transporto para o passado da rua da Gloria
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Senhora Sarita Tabachnick São Paulo
DISSE:
MUITO BOM PAULO...PENSAR QUE SOMOS REALMENTE APENAS "CHIPS DE CARTÕES CRÉDITO"
EU AINDA ALCANCEI UM POUCO DESSA ÉPOCA, PQ ACHO QUE MEU ZEIDE TB VENDIA A PRESTAÇÃO.
TENHA UM EXCELENTE FINAL DE SEMANA.
SARITA
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Dr. Ary Ruchansky Israel
DISSE:
Um documento para gerações.
ary
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Dr.S. Hulak Recife
DISSE:
Recebida,lida,muito apreciada e resgatadora de mil lembranças.
Obrigado,
Samuel.
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Dr. Jacques Ribemboim Recife
DISSE:
Paulo, a cronica esta otima, parabens.
E esta foto maravilhosa, alguem conhecido?
Abrços, Jacques Ribemboim, como vc sabe: filho de Senha.
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Dr. Ary Ruchansky Israel
DISSE:
Reli pela terceira vez.
É pena que nâo aprovitem o conteudo sociologico destes pioneiros.
Material inedito, para população geral. . ary
Paulo Lisker Israel
DISSE:
A todos que comentaram obrigado.
Porra, no final das contas vou ficar acreditando que o que escrevo não são "croniquetas infantiloides" e sim tem algum valor literário e histórico.
Não tinha nenhuma intenção de me transformar em escrevinhador e somente deixar algo para a posteridade,sobre a nossa gente do Recife.
Espero que um dia alguém tome a iniciativa e reúna todas estas croniquetas num livro com estas estórias inéditas. Tomara.
Obrigado.
Um abraço.
Eng. Israel Coslovsky São Paulo
DISSE:
PAULO
LEMBRO DE JÁ TER LIDO ESTA “ESTORIA”. TODAVIA ME PARECE QUE ESTA VERSÃO FOI REVISADA, A LINGUAGEM MELHORADA ASSIM COMO A GRAMATICA...
PARABENS, NOTA 10 !!
ISRAEL
P.S. – EU SÓ SUGERIRIA ABRANDAR A EXPRESSÃO “FUDEU A CARTOLA” QUANDO MUDAVA O MOTORNEIRO, POIS TENHO CERTEZA QUE UM DIA, ESTE CAPITULO E OUTROS SEUS ESTARÃO NOS COMPENDIOS ESCOLARES DO RECIFE PELO SEU VALOR HISTORICO E LETERARIO.
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Sra. Matilde Steinberg Recife Pe.
ResponderExcluirDISSE:
Agora á noite tive a surpresa de encontrar uma nova cronica sobre os prestamistas.Meu pai tambem foi prestamista em Campina Grande nos primeiros anos da chegada por aquelas plagas.
Lembro perfeitamente dos cartundlech anotados e ele saia nos domingos e outros dias da semana para fazer a cobrança.Saia cedo depois do café e só voltava pelas 4 horas da tarde. Cansado ,tomava banho e sentavamos á mesa para almoça;jantar.Mamãe fazia ioch de galinha com macarraozinho depois comia-se galinha assada ou mesmo cozida da sopa com algum acompanhamento e alguma sobremesa que ela fazia.( Minha mãe cozinhava bem e muito delicadamente).
Paulo na minha memoria gustativa lembro do gosto que aquele ioch (caldo de galinha gorda), tinha.
Depois de tantos anos.Imagine que tinha 17 para 18 anos quando meu pai faleceu e já completei 84 anos em Julho.Não esquecemos a casa dos nossos pais.Tivemos um lar harmonioso sempre com ,bastante literatura,música eramos felizes.
Depois de alguns anos papai abriu uma pequena loja onde vendia cadeiras,camas Gerdau colchões um pouco de
tecidos. Naquele tempo ele só fazia clientele nos domingos, terças feiras.O resto da semana ele ficava na loja e mamãe ficava com ele ajudando no que precisasse.
Está vendo você,já entrei com minhas historias....
Quero dizer que você escreve muito bem,uma escrita clara,limpa de se ler.Eu aprecio essas lembrenças todas.Sou meia saudosista. Não devemos viver do passado porem não podemos esquecer as coisas boas e deixar de lembrá-las.
Pode mandar para Berto as noticias que você achar que deve mandar.Não tem problema nenhum.
Abraços para sua família,para Berto e respectiva familía.
Qualquer hora envio um foto da minha bisneta para que conheça a figura.
Matilde