segunda-feira, 12 de novembro de 2012

MSN Estadão

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A seca no Nordeste

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A SECA NO NORDESTE
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Paulo Lisker, de Israel
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O fenômeno da seca não começou no governo dos “petralhas”, isso existe milênios. Olhando bem, este quadrilátero da seca está no mesmo paralelo dos desertos do norte da África e não foi o homem quem criou, mas só ele é quem pode resolver.
Esse negocio de ficar olhando para o céu para ver quando a chuva virá, não resolve nada. O mundo já entendeu que consertar a natureza no caso das estiagens só tem uma solução: IRRIGAÇÃO.
Entendo segundo a crônica do Sr Ivan (um dos melhores articulistas deste blog), que os rios Jaguaribe ou mesmo o São Francisco estão na “beira da morte”.
No tempo que eu calçava botas e andava por lá, irrigavam dezenas de projetos agrícolas que produziam produtos agrícolas nunca dantes produzidos por causa desta intempérie que até o Imperador Dão Pedro II dele se referia (Venderia as jóias da coroa para resolver...).
Naquele tempo não existiam as tecnologias de hoje e nós o desculpamos por não vender as jóias.
Estimado, a solução não é olhar para o céu e sim, abrir as torneiras dos sistemas de irrigação e nunca mais haverá seca no nordeste.
O Brasil tem tecnologias para tudo, não terá o que os egípcios tinham a milênios passados. Egito vive do que o Rio Nilo irriga, ninguém lá olha para o céu esperando a chuva.
O Brasil com suas tecnologias de ponta e engenheiros que possui poderá caso que os rios acima citados, estejam uns comprometidos com a produção de energia e o outro regando projetos já existentes, trazer um afluente do Tocantins ou qualquer outro rio perene e regar todo o nordeste.
Tecnologia existe e dinheiro que o Banco Mundial ou o FMI deve ao Brasil, então o nordeste sairá de uma vez por todas deste pesadelo de estar com o pescoço duro de tanto ficar olhando para o céu esperando as chuvas.
Eu vivo num país que tem 10 meses secos e dois com alguma chuva.
Nos meses de chuva (quando existe) plantamos cultivos menos rentáveis da cesta básica, Choveu, muito bem, temos trigo ou cevada, não choveu, não perdemos nada ou quase nada e como temos seguro agrícola, os agricultores que se arriscaram e se asseguraram recebem alguma indenização.
Dizem os cínicos daqui que o melhor ramo agrícola no deserto é o seguro, este vem sempre na hora H e chuva só quando Deus dará!
E como é que Israel produz todas as suas necessidades agrícolas e ainda exporta para Europa, USA, e até para o Japão, as hortaliças, frutas e até flores?
Gostamos e respeitamos muito a entidade divina, mas não confiamos nele.
Nos metemos a cavar poços de 1000 metros de profundidade (parte deles de água salobra), usamos as terras desérticas com sistemas modernos de irrigação (vendemos para o mundo todo), acompanha a extensão agrícola, a pesquisa, os insumos, o cooperativismo, estações de maquinas agrícolas.
Ultimamente reutilizamos as águas de esgoto e os arrastes da chuva nas áreas cobertas com asfalto e para livrar as águas subterrâneas salobras para a agricultura, desalinizamos água do mar e toda a população a utilizará acrescentada com os sais necessários ao corpo humano.
Meu mestre, senhor Iehoshua (Jesus) me ensinou algo que nunca esquecerei: “A melhor área para agricultura sofisticada de alta produtividade e ingressos é UM DESERTO E UM RIO”, diferente dos meus estudos ESAP, no Recife dos anos 50.
Os dois componente existem no sertão brabo só falta deixar de espiar pro céu azul sem nuvens, ver a terra ardendo, se lamentando com as canções de L. Gonzaga e continuar se balançando na rede ou se meter num “pau de arara” indo buscar melhor sorte no sul do Brasil.
Então fico triste, pois o nordeste tem tudo para fazer agricultura de ponta (em parte já realiza este milagre nas áreas irrigadas nas margens do São Francisco) em lugar de se contentar com as músicas e lamentos, esperando “a volta da asa branca”, trazendo tempos melhores.
Entendo lamentos quando não existem soluções quando a batalha contra a natureza está perdida, porem não é essa a situação do nordeste brasileiro.
O Brasil não esta dormindo não.
Faz um mês estiveram aqui engenheiros e agrônomos do Ceará numa missão em busca de mudanças de estratégia de projetos irrigados para produção de hortaliças e especialmente melão para exportação para Europa.
Visando uma queda neste mercado buscaram uma mudança drástica para transformá-lo num projeto de produção de leite.
Israel pode neste assunto colaborar com o conhecimento na matéria, tanto no rego de forrageiras para a alimentação de gado de boa raça em condições do sertão (clima árido) e produzir altas lactações por cabeça e desta forma conseguir alta rentabilidade para pagar o investimento necessário num ramo leiteiro desta envergadura.
É minha gente, o Brasil dando um banho no mundo e não chorando com as musicas do sanfoneiro.
Proponham soluções nas vossas crônicas e não só choradeira, pois tristezas não pagam dividas.
"O BRASIL É FEITO POR NÓS".

(foto: Internet)