Recife dos sonhos e Freud

O Recife nos anos 30
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O JOGO DO BICHO E A COLÔNIA JUDAICA DO RECIFE - PARTE 7
Tema: RECIFE DOS SONHOS E FREUD.
Paulo Lisker, de Israel
O Recife era a Viena de interpretação de sonhos, especialmente para a comunidade judaica que aí vivia.
Foi em Viena, onde escreveu suas obras o austríaco de origem judaica, Zigmund Shlomó Freud o pai da psicanálise moderna.
Estas obras são até hoje consideradas a clássica desta especialidade.
O seu tratado "Interpretação dos Sonhos" é mundialmente reconhecido e usado nos tratamentos da alma.
Ele foi o primeiro psicanalista que definiu que todos os problemas íntimos dos seres humanos estão "algemados" aos problemas sexuais de cada um.
Os gozadores da comunidade diziam que segundo Moisés, a humanidade depende do que o ser humano tem na cabeça. Jesus alega no coração. Marx, na barriga e segundo Freud no órgão um pouquinho mais abaixo.
Interessante todos os quatro eram judeus, muitos achavam que era até demais para um "povo errante".
Agora mais esta, "bicho e sexo", não é pra menos.
Isto que o povo judeu tem afinidade à interpretação dos sonhos, não é novidade.
Ainda nos tempos bíblicos relatam como José no Egito salvou sua vida ao interpretar sonhos quando estava no "bor" (um buraco = calabouço daquele tempo).
Depois que o Faraó do Egito se inteirou do fato, ordenou sua imediata liberdade e o trouxe para o palácio e ordenou que interpretasse o seu sonho que não lhe dava descanso em que lhe apareciam "sete vacas gordas e as sete vacas magras".
Ao interpretar tal sonho, salvou o Egito todo, dum desastre que poderia ter causado fome por sete anos consecutivos, pois era o que significavam as sete vacas magras que sonhara o Faraó.
Ele logo foi nomeado "assessor-mor", virou figura importante na corte e por ser bonitão até as mulheres e concubinas do Faraó o cobiçavam, causando atritos com a família faraônica.
Quem quiser saber do resto desta historia, abrirá a bíblia e lá está tudo bem contado e explicado.
Depois, também da bíblia, são conhecidos os inúmeros profetas de boa memória, Ezequiel, Isaías, Jeremias, Amós, Débora, Eliseu Miquéias e muitos outros.
Um povo cheio de profetas que às vezes orientavam e interpretavam o futuro do povo de Israel e seus mandatários, os Reis os Juízes (claro que nada tinha a ver seus presságios com o jogo bicho de hoje).
Seria de bom proveito em tempo acrescentar, que os profetas e suas profecias deixaram de ser levadas a serio e consideradas de vital importância como eram no passado longínquo.
Isto pelo simples fato que nenhum desses profetas nas suas profecias vislumbrou o futuro, prevendo ou alertando absolutamente em nada sobre a destruição do templo sagrado em Jerusalém que acarretou a perda de seu território e o êxodo do povo judeu por um período de 2000 anos.
Então que diabos de profetas são esses que nas suas profecias não anteviram uma das mais tenebrosas catástrofes que afetou gravemente o povo de Israel.
Faltou pouco para que desaparecesse da face da terra como aconteceram com muitos outros povos mais poderosos, impérios inteiros que deles não ficou nada, afora os registros encontrados séculos depois do acontecido.
Em hebraico tem um refrão que diz assim: "Tu sabes a quem foi dado o dom da profecia? Aos tolos e idiotas".
Não era para menos depois que o "povo dos profetas" viu seu templo sagrado "a casa de Deus, em Jerusalém" destruída e incendiada, apetreches sacros espoliados levados para Roma, dizem que se encontram até hoje escondidos no "Abrigo secreto dos tesouros sacros da humanidade monoteísta do Vaticano" (guinzach).
Perdeu seu território, sua soberania e independência.
Se isso não fosse o suficiente, foi levado ao cativeiro em Roma, serviu de comida para os leões nas arenas dos circos romanos e finalmente se disseminou pelo meio do mundo durante quase 2000 anos.
Adotou idiomas de outros povos e a sua língua original, o hebraico, o idioma original da bíblia (o velho testamento) a qual falava Jesus no seu tempo, tornou-se uma língua morta como é hoje o Latim.
Muitos grupos ( 12 shvatim=12 tribos) deste povo migraram para os mais longínquos confins do globo terrestre e não durou muito tempo até que perderam todo e qualquer contato com suas raízes, as autoridades religiosas e espirituais deixaram de existir, as leis da Bíblia deixaram de ser cumpridas e portanto deixaram de ser judeus, se assimilaram a outros povos e religiões.
Até mudaram seus nomes próprios, de Abraham, Itschak e Yaacov, etc. para Fernando, Mário e António, etc.
Carregavam sobre si o adjetivo pejorativo: "Povo errante".
Esta etapa do exílio culminou com o horrível holocausto provocado pelos nazistas alemães que dizimou seis milhões do povo judeu.
Tudo isso só porque um profeta nos tempos bíblicos "dormiu no ponto".
Então ainda tem gente que se queixa desses "adivinhadores de meia tigela" que não acertam no "bicho" do dia. Se não fosse triste, seria uma grande piada.
Agora pra terminar esta serie de depoimentos sobre o tema do "jogo do bicho" na comunidade judaica do Recife, peço a permissão para fazer uma pequena confissão.
A minha família próxima e distante, toda ela jogava no bicho todo dia e durante anos.
Rezavam com fervor para voltar a Jerusalém no próximo ano (Be shaná há baá be Ierushalaim na língua hebraica) e sonhavam com uma "milhar premiada" no jogo do bicho, hoje.
As duas coisas juntas ou separadas seriam a maior bonança que um judeu poderia pedir, pelo amor de Deus.
Nós os miúdos pegamos este vicio ou costume dos mais adultos que nem a "catapora" em tenra idade.
Lembro-me que todos na minha casa, nas casas das minhas tias, do meio dia até o fim da tarde estavam empenhados no processo "bicheiro".
Primeiro na preparação das apostas, palpites para "grupos, centenas e milhares", ir ao bicheiro na esquina e fazer o jogo, os familiares dedicavam um tempinho para conversar na rua e trocar informações.
Às vezes tomavam um cafezinho em pé mesmo defronte da mercearia do senhor Lopes, em geral amargo, pois se fosse doce, não acertariam no bicho. Mais um "sinal", a cidade estava entupida de "sinais do além," até no gosto do café.
Depois cada família voltava pra sua casa e ficava até à tardinha a espera dos resultados da loteria.
Caso agarrávamos a sorte pelos "culhões" e ganhávamos um dinheirinho naquele dia, íamos buscar o prémio. Caso contrario ficávamos praguejando contra Deus e o mundo por não ter "interpretado" corretamente os sonhos da noite anterior.
Deus sempre teve toda a razão, ele mandou os sinais corretamente certos através dos sonhos e outros sinais do além, nós é que não soubemos interpretar, burros que somos!
Quem somos nós? Poeira e nada mais. "De terra fomos gerados e a ela voltaremos"! Não é assim que está escrito na "Heilike Toire" (bíblia sagrada, em iídiche), então que queremos? Quem somos? "pushet shtoib"(simplesmente poeira, poeira de terra e nada mais)!
Todo mundo arretado da vida, lá se foi mais uma oportunidade de ficar rico.
Meu pai, antes de sair para um dia de venda a prestação deixava o dinheiro pronto e ordenava: "Bote quatro mil réis na borboleta, pois sonhei toda a noite com ela na frente do meu nariz quebrado", me lembro deste sonho pois diversas vezes acordei dando "atchim" que até a dona Anna acordou danada da vida. Não esqueçam não, estão me escutando? Hoje dá borboleta, sem duvida!
Ás vezes o seu sonho era com seu cavalo pois tinha um, no qual montava para fazer cobrança nas épocas de chuvas e "cheias" na Estrada dos Remédios, pois o bicho sabia até nadar.
Era uma rotina, sempre a mesma quantia de dinheiro na aposta daquele dia, seja ela na borboleta ou cavalo.
Ele costumava dizer a meu avô que só ganhava dinheiro no jogo do bicho quando não apostava! Lucro limpo por não jogar. Sempre sarcástico.
Já minha mãe, dona Anna, mandava uma lista inteira de números. Ganhar uns míseros tostões, dizia ela, não tem graça nenhuma. O negocio é "zei tsehaken de beiner, in dred arain" (botar pra quebrar os ossos e que vão pro inferno, em iídiche). Não tenho idéia se ela ganhou alguma vez neste jogo que praticou durante longos anos. Mas viveu esperançosa e neste mundo isto também é uma grande coisa.
Meu avô jogava. Meus tios também, eu menino besta também acreditava nos sonhos e jogava de vez em quando e varias vezes ganhei, até me sentia um felizardo.
O bicheiro safado me perguntava: Tu queres dinheiro Paulinho ou preferes uma touca do teu time preferido e um saquinho cheio de bombons e chicletes? Me diz logo, vai!
Sempre me enrolava esse bicheiro safado e no lugar do dinheiro recebia guloseimas baratas e uma touca do Sport que usei durante anos nas nossas "peladas" na campina da Ilha do Leite.
Eu mesmo queria um dinheirinho para comprar uma bicicleta, mesmo usada e meus pais não concordavam em financiar, pelo perigo de levar um tombo ou ser atropelado, quebrar uma perna ou um braço e perder aulas na escola. Coisa que mais preocupava aos nossos pais eram os estudos e não os ossos quebrados. Dariam a vida para nos livrar do seu passado analfabeto, sem possibilidades de horizontes mais amplos nas pequenas aldeias no leste europeu de onde emigraram para o desconhecido continente americano, cheio de perigos, costumes esquisitos, comida "thareif" (não permitida pela religião) e principalmente uma enorme população de "molpes" (aborígenes).
"Gotinhú, hoi veiz mir in leibn" ( Meu Deusinho, salve a minha vida).Todos os direitos autorais reservados.
Tema: RECIFE DOS SONHOS E FREUD.
Paulo Lisker, de Israel
O Recife era a Viena de interpretação de sonhos, especialmente para a comunidade judaica que aí vivia.
Foi em Viena, onde escreveu suas obras o austríaco de origem judaica, Zigmund Shlomó Freud o pai da psicanálise moderna.
Estas obras são até hoje consideradas a clássica desta especialidade.
O seu tratado "Interpretação dos Sonhos" é mundialmente reconhecido e usado nos tratamentos da alma.
Ele foi o primeiro psicanalista que definiu que todos os problemas íntimos dos seres humanos estão "algemados" aos problemas sexuais de cada um.
Os gozadores da comunidade diziam que segundo Moisés, a humanidade depende do que o ser humano tem na cabeça. Jesus alega no coração. Marx, na barriga e segundo Freud no órgão um pouquinho mais abaixo.
Interessante todos os quatro eram judeus, muitos achavam que era até demais para um "povo errante".
Agora mais esta, "bicho e sexo", não é pra menos.
Isto que o povo judeu tem afinidade à interpretação dos sonhos, não é novidade.
Ainda nos tempos bíblicos relatam como José no Egito salvou sua vida ao interpretar sonhos quando estava no "bor" (um buraco = calabouço daquele tempo).
Depois que o Faraó do Egito se inteirou do fato, ordenou sua imediata liberdade e o trouxe para o palácio e ordenou que interpretasse o seu sonho que não lhe dava descanso em que lhe apareciam "sete vacas gordas e as sete vacas magras".
Ao interpretar tal sonho, salvou o Egito todo, dum desastre que poderia ter causado fome por sete anos consecutivos, pois era o que significavam as sete vacas magras que sonhara o Faraó.
Ele logo foi nomeado "assessor-mor", virou figura importante na corte e por ser bonitão até as mulheres e concubinas do Faraó o cobiçavam, causando atritos com a família faraônica.
Quem quiser saber do resto desta historia, abrirá a bíblia e lá está tudo bem contado e explicado.
Depois, também da bíblia, são conhecidos os inúmeros profetas de boa memória, Ezequiel, Isaías, Jeremias, Amós, Débora, Eliseu Miquéias e muitos outros.
Um povo cheio de profetas que às vezes orientavam e interpretavam o futuro do povo de Israel e seus mandatários, os Reis os Juízes (claro que nada tinha a ver seus presságios com o jogo bicho de hoje).
Seria de bom proveito em tempo acrescentar, que os profetas e suas profecias deixaram de ser levadas a serio e consideradas de vital importância como eram no passado longínquo.
Isto pelo simples fato que nenhum desses profetas nas suas profecias vislumbrou o futuro, prevendo ou alertando absolutamente em nada sobre a destruição do templo sagrado em Jerusalém que acarretou a perda de seu território e o êxodo do povo judeu por um período de 2000 anos.
Então que diabos de profetas são esses que nas suas profecias não anteviram uma das mais tenebrosas catástrofes que afetou gravemente o povo de Israel.
Faltou pouco para que desaparecesse da face da terra como aconteceram com muitos outros povos mais poderosos, impérios inteiros que deles não ficou nada, afora os registros encontrados séculos depois do acontecido.
Em hebraico tem um refrão que diz assim: "Tu sabes a quem foi dado o dom da profecia? Aos tolos e idiotas".
Não era para menos depois que o "povo dos profetas" viu seu templo sagrado "a casa de Deus, em Jerusalém" destruída e incendiada, apetreches sacros espoliados levados para Roma, dizem que se encontram até hoje escondidos no "Abrigo secreto dos tesouros sacros da humanidade monoteísta do Vaticano" (guinzach).
Perdeu seu território, sua soberania e independência.
Se isso não fosse o suficiente, foi levado ao cativeiro em Roma, serviu de comida para os leões nas arenas dos circos romanos e finalmente se disseminou pelo meio do mundo durante quase 2000 anos.
Adotou idiomas de outros povos e a sua língua original, o hebraico, o idioma original da bíblia (o velho testamento) a qual falava Jesus no seu tempo, tornou-se uma língua morta como é hoje o Latim.
Muitos grupos ( 12 shvatim=12 tribos) deste povo migraram para os mais longínquos confins do globo terrestre e não durou muito tempo até que perderam todo e qualquer contato com suas raízes, as autoridades religiosas e espirituais deixaram de existir, as leis da Bíblia deixaram de ser cumpridas e portanto deixaram de ser judeus, se assimilaram a outros povos e religiões.
Até mudaram seus nomes próprios, de Abraham, Itschak e Yaacov, etc. para Fernando, Mário e António, etc.
Carregavam sobre si o adjetivo pejorativo: "Povo errante".
Esta etapa do exílio culminou com o horrível holocausto provocado pelos nazistas alemães que dizimou seis milhões do povo judeu.
Tudo isso só porque um profeta nos tempos bíblicos "dormiu no ponto".
Então ainda tem gente que se queixa desses "adivinhadores de meia tigela" que não acertam no "bicho" do dia. Se não fosse triste, seria uma grande piada.
Agora pra terminar esta serie de depoimentos sobre o tema do "jogo do bicho" na comunidade judaica do Recife, peço a permissão para fazer uma pequena confissão.
A minha família próxima e distante, toda ela jogava no bicho todo dia e durante anos.
Rezavam com fervor para voltar a Jerusalém no próximo ano (Be shaná há baá be Ierushalaim na língua hebraica) e sonhavam com uma "milhar premiada" no jogo do bicho, hoje.
As duas coisas juntas ou separadas seriam a maior bonança que um judeu poderia pedir, pelo amor de Deus.
Nós os miúdos pegamos este vicio ou costume dos mais adultos que nem a "catapora" em tenra idade.
Lembro-me que todos na minha casa, nas casas das minhas tias, do meio dia até o fim da tarde estavam empenhados no processo "bicheiro".
Primeiro na preparação das apostas, palpites para "grupos, centenas e milhares", ir ao bicheiro na esquina e fazer o jogo, os familiares dedicavam um tempinho para conversar na rua e trocar informações.
Às vezes tomavam um cafezinho em pé mesmo defronte da mercearia do senhor Lopes, em geral amargo, pois se fosse doce, não acertariam no bicho. Mais um "sinal", a cidade estava entupida de "sinais do além," até no gosto do café.
Depois cada família voltava pra sua casa e ficava até à tardinha a espera dos resultados da loteria.
Caso agarrávamos a sorte pelos "culhões" e ganhávamos um dinheirinho naquele dia, íamos buscar o prémio. Caso contrario ficávamos praguejando contra Deus e o mundo por não ter "interpretado" corretamente os sonhos da noite anterior.
Deus sempre teve toda a razão, ele mandou os sinais corretamente certos através dos sonhos e outros sinais do além, nós é que não soubemos interpretar, burros que somos!
Quem somos nós? Poeira e nada mais. "De terra fomos gerados e a ela voltaremos"! Não é assim que está escrito na "Heilike Toire" (bíblia sagrada, em iídiche), então que queremos? Quem somos? "pushet shtoib"(simplesmente poeira, poeira de terra e nada mais)!
Todo mundo arretado da vida, lá se foi mais uma oportunidade de ficar rico.
Meu pai, antes de sair para um dia de venda a prestação deixava o dinheiro pronto e ordenava: "Bote quatro mil réis na borboleta, pois sonhei toda a noite com ela na frente do meu nariz quebrado", me lembro deste sonho pois diversas vezes acordei dando "atchim" que até a dona Anna acordou danada da vida. Não esqueçam não, estão me escutando? Hoje dá borboleta, sem duvida!
Ás vezes o seu sonho era com seu cavalo pois tinha um, no qual montava para fazer cobrança nas épocas de chuvas e "cheias" na Estrada dos Remédios, pois o bicho sabia até nadar.
Era uma rotina, sempre a mesma quantia de dinheiro na aposta daquele dia, seja ela na borboleta ou cavalo.
Ele costumava dizer a meu avô que só ganhava dinheiro no jogo do bicho quando não apostava! Lucro limpo por não jogar. Sempre sarcástico.
Já minha mãe, dona Anna, mandava uma lista inteira de números. Ganhar uns míseros tostões, dizia ela, não tem graça nenhuma. O negocio é "zei tsehaken de beiner, in dred arain" (botar pra quebrar os ossos e que vão pro inferno, em iídiche). Não tenho idéia se ela ganhou alguma vez neste jogo que praticou durante longos anos. Mas viveu esperançosa e neste mundo isto também é uma grande coisa.
Meu avô jogava. Meus tios também, eu menino besta também acreditava nos sonhos e jogava de vez em quando e varias vezes ganhei, até me sentia um felizardo.
O bicheiro safado me perguntava: Tu queres dinheiro Paulinho ou preferes uma touca do teu time preferido e um saquinho cheio de bombons e chicletes? Me diz logo, vai!
Sempre me enrolava esse bicheiro safado e no lugar do dinheiro recebia guloseimas baratas e uma touca do Sport que usei durante anos nas nossas "peladas" na campina da Ilha do Leite.
Eu mesmo queria um dinheirinho para comprar uma bicicleta, mesmo usada e meus pais não concordavam em financiar, pelo perigo de levar um tombo ou ser atropelado, quebrar uma perna ou um braço e perder aulas na escola. Coisa que mais preocupava aos nossos pais eram os estudos e não os ossos quebrados. Dariam a vida para nos livrar do seu passado analfabeto, sem possibilidades de horizontes mais amplos nas pequenas aldeias no leste europeu de onde emigraram para o desconhecido continente americano, cheio de perigos, costumes esquisitos, comida "thareif" (não permitida pela religião) e principalmente uma enorme população de "molpes" (aborígenes).
"Gotinhú, hoi veiz mir in leibn" ( Meu Deusinho, salve a minha vida).Todos os direitos autorais reservados.
Dra. Semira Adler W. Recife
ResponderExcluirDISSE:
Querido Paulo,
Por favor, não pare de escrever.
Seus escritos são preciosos e raros.
E você é o único a fazê-lo por nós todos.
Beijão
Semira
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Amigo leitor ocasional
DISSE:
Eu vejo que você está se tornando o José de Alencar (ou o Jorge Amado ou Machado de Assis) da colônia. Meus parabéns.
leitor ocasional.
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Prof. Mario Baras, Jerusalem.
DISSE:
Ilustração: o bicheiro
Chegou e abriu. Quem é o artista? Mario Baras
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Blogger Passiflora disse...
Paulo Lisker de Israel
DISSE:
Estimados leitores!
O desenho "infantiloide" e os textos no idioma "faladeira brasiliense", sobre "o jogo do bicho e a colónia judaica no Recife", são de minha autoria. Este é o oitavo trecho e se não leu os anteriores perdeu em não conhecer o maneirismo dos nossos antepassados que chegaram no principio do seculo´passado.
Quanto mais velho a pessoa fica volta-se a etapa de criança e por mais que me esforce só sai desse jeito
Espero que tenhas gostado do que já leu o que enviei nas semanas passadas.
Shalom e Lehistamea.
Um abraço
Paulo
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Eng. Israel Coslovsky- São Paulo.
DISSE:
Muito bom Paulo, parabens !!!
Israel
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