domingo, 11 de agosto de 2013

SÓ NO RECIFE MESMO



SÓ NO RECIFE MESMO



SÓ NO RECIFE MESMO

Tema: Do tempo que burros puxavam bondes

Paulo Lisker, de Israel

Vejam não necessariamente só os ambulantes que vendiam alimentos e bugigangas para as donas de casa, tinha cada qual seu pregão. 
Outros também usavam o sistema de enunciar-se com pregões.
O costume de "falar" com o publico através dum "pregão" foi assimilado também por outros setores, um deles, foi o de transportes.
Um conterrâneo meu contou-me que no "tempo antigo" na Rua da Soledade, passava bonde.
Naquele tempo era puxado por seis burros (talvez ele esteja exagerando) e o condutor parava onde queria.
Primeiro para dar descanso aos animais, ou para dar-lhes comida, depois para ele mesmo ir tomar uma gelada na esquina nos dias de calor e o Recife sempre foi calorento. Fazia parada onde conhecia aqueles que mais amiúde usavam este meio de transporte.
O condutor assimilou a metodologia dos pregões das ruas do Recife e nas suas paradas, antes de botar em movimento os burros que puxavam o bonde, "anunciava" para os moradores das casas vizinhas:

-"FREGUES VAI QUERER BONDE HOJE"? "BONDE, BONDE, VAI QUERER BONDE HOJE FREGUES"? 
Tem lugar pra ir sentado. Espero pela freguesa? 
Já sentou dona Maria? Dona Inês já achou um banco vazio? 
Vai querer bonde freguês? 
Vai burro da peste, de mansinho a gente chega logo, logo no palácio do governo. Lá tem muito "farelo" pra vocês comer, palavra de Celestino, vamo, vamo, ssssiusss.... vai anda bichão...já é fim do dia, amanhã Finados, te apressa, vai (dava um assovio), bicho preguiça, vai meu nego, anda!

INACREDITAVEL!
Eita Recife da peste!
Só no Recife mesmo!

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