SÁBADO, 14 DE JANEIRO DE 2012
O vendedor de cambará

Os pregões que me lembro do Recife "matuto".
Paulo Lisker, de Israel
O VENDEDOR DE CAMBARÁ
O vendedor de Cambará sempre foi para mim um mistério. Que "diabo" são estas bolinhas (ou bolinhos) de Cambará?
Cambará é uma pequena cidade no sul do país, qual seria originalidade destes bolinhos que levam o seu nome, de que eram feitos, quem sabe?
Alguém dizia que são simplesmente bolinhos de goma. Outros, que eram bolinhos feitos de farinha de mandioca com um recheio qualquer, poderia ser bacalhau ou camarão, salsicha de porco ou mesmo alguma hortaliça cozida. Outros juravam que era uma mistura de farinha de mandioca com castanha de caju moída, pimenta e sal. Muita gente dizia que sabia porem nunca tinham provado, pois foi muito antes do nosso tempo de moleque.
Contam os mais velhos, que este vendedor andava lá pros lados do bairro Pedro II, onde estava o hospital do mesmo nome e seu pregão era:
“OLHA A BOLINHA DE CAMBARÁ, DOIS PACOTIN É UM CRUZADO" (quatrocentos réis).
Um dia, contam estes senhores de mais idade, ele desapareceu e nunca mais foi visto ou escutaram o seu pregão.
Dizem que ele se foi e levou o segredo da formulação do seu "bolinho de Cambará", para a sepultura. Uma pena!
Um mundo de vendedores ambulantes, uns que passavam diariamente e outros passavam pela nossa rua em busca de uma maior freguesia noutro lugar.
Saibam vocês que naquele tempo era a nossa rua a mais reta do Recife, pelo menos assim nós dizíamos, os meninos moleques moradores e nos vangloriávamos deste "fenômeno".
Como se o fato de nossa herança portuguesa ter sido a responsável por ter-nos deixadas tortas todas as ruas da cidade.
Então a Rua Gervásio Pires era uma exceção. Viva!
Ao entardecer, já beirando a noitinha aparecia o acendedor dos lampiões nos postes de iluminação a gás alumiando a noite.
A meninada corria atrás do "acendedor" dos postes com lumes de gás e pareciam hipnotizados com aquela "mágica" de alumiar as ruas e praças ao anoitecer.
Lembro-me de algumas ruas que tiveram este privilégio, a Rua da Alegria, Bispo Cardoso Aires, Conceição.
No Pátio da Santa Cruz, tinha um poste desses na calçada bem em frente da porta da casa de dona Mira e seu Benjamim.
Quando o acendedor aparecia, dona Mira sempre lhe oferecia um copo d'água de quartinha e um pedaço de "Fluden" (o "Fluden" é uma torta enrolada com um recheio dos mais ricos do mundo). Uma receita muito antiga da confeitaria domestica judaica nas aldeias da România. Durava mais de ano sem se deteriorar. Este "fluden" pela sua durabilidade era enviado pelas conhecedoras da receita para festas de casamento até para fora do Brasil.
Eu mesmo presenciei o fato quando este "fluden" enviado do Recife chegou para um noivado em Israel. Afora os problemas aduaneiros (mil perguntas e a vontade dos guardas pedindo para provar), o "fluden" chegou num estado que parecia ter saído do forno uma hora atrás. Uma iguaria doce que nunca viu colorante nem conservante artificial e gostoso, nem se fala.
Outras ruas em redor do Pátio da Santa Cruz também tinham desses postes com iluminação a gás. Desculpem-me se já não me lembro mais dos nomes de outras ruas.
No bairro da Boa Vista tivemos este "privilégio romântico" de ter convivido com este fenômeno muito antes do aparecimento dos postes de ferro com iluminação elétrica e que o responsável "trazia a luz" levantando uma chave elétrica que estava em alguma parede na vizinhança.
Uma delas estava pegado ao bar e sorveteria do senhor Armindo, chamado pelos gozadores do bairro de "Ventola" pelo seu enorme nariz que trouxe de herança de Portugal.
Nestas horas a nossa rua descansava do espetáculo intenso que se desenvolvera durante as horas de luz e calor.
Mais um pouco todos irão dormir nos "braços do Orfeu crioulo".
Isto até a madrugada molhada de orvalho no dia de amanhã, quando começava tudo outra vez.
Então a atmosfera voltava a fervilhar, era gente pra cá e pra lá, os vendedores, as freguesas, as barganhas, o vosmecê, os bons dias, está barato freguesa, faz favor, está às ordens, pago amanhã, não tenho troco freguesa, faz favor, obrigado passe bem e mais um mundo de amabilidades.
Não restam duvidas, outros tempos, outro Recife.
Como sempre, todos os dias, chuva ou sol, se ouvia a "sinfonia" dos pregões da minha rua, quem poderia esquecer? Mesmo meio século depois de ouvir pela última vez quando embarquei do porto do Recife para a "Terra Santa", Israel.
Os pregões da minha rua ficaram gravados para sempre no que ainda restou do meu cerebelo.
Este no sentido figurado, dizem que ele é feito um móvel cheio de gavetas, umas emperradas e outras de chave perdida e outras que se abrem fácil para relembrar momentos de alegria e dar conforto espiritual a nossa alma e os pregões estavam numa destas.
Por isso mesmo estes pregões da minha infância ficaram comigo para sempre e para a posteridade.
Aí vêm eles de novo:
"....." ESPANADOR, CULHER DE PAU, RAPA COCO E GREIA "..... "BANANA PRATA MADURINHA".... "CHORA MININO PRA COMPRÁ PITOMBA".... "OLHA AÍ O MIÚDO FRESQUINHO"... "PRATA E OURO QUEBRADO COMPRO",.... "JORNALEIRO*,... "MACAXEIRA ROSA"... "RAPADURA, TARECOS", "MINDUBIM", "ALGODÃO DOCE"..... "ROLETI DE CANA CAIANA".... "O LEITEIRO",,,, "O VERDUREIRO"...." PERUAS PRÔ NATAL "... "GALINHA GORDA E CAPÃO"... "O FRUTEIRO"... "LÃ DE BARRIGUDA PRA TRABISSEIRO"... "JÁ- PO- NÊS! DOCE JAPONÊS DOCE JAPONÊS "... "ALGODÃO DOCE"... "OLHE O BIJUUUU"... "CASTANHA DE CAJU".... "JORNÁ DU... CU "( Assim era anunciado o Jornal do Commércio, pelo menino jornaleiro).... "COCADA"...." JÁ CAÍU CAJÁ "... "GARAPA DE CANA"... "CHÁ PRETO E PENTE".(Um tipo esquisito, nunca o viram levar na sua caixa, nem pente nem chá).
... E por aí se iam.Todos estes ambulantes traziam para nossas casas tudo e todo o necessário para o bom funcionamento de nossas cozinhas e o bem estar da família!
Que passado, que beleza tinha esta cidade tropicalissima, maravilhosa no meu tempo de menino.
Vocês concordam comigo?
Agora para terminar com este tema de "pregões que me lembro da minha rua no Recife" seria de bom proveito acrescentar um fato interessante.
Vejam, não necessariamente só os ambulantes que vendiam alimentos e bugigangas para as donas de casa, tinha cada qual seu pregão.
Outros também usavam o sistema de se enunciar-se com pregões.
O costume de "falar" com o publico através dum "pregão" foi assimilado também por outros setores, um deles, foi o de transportes (a dos bondes).
Um conterrâneo meu contou-me que no "tempo antigo" na Rua da Soledade, passava bonde.
Naquele tempo era puxado por 6 burros (talvez ele esteja exagerando) e o condutor parava onde queria.
Primeiro para dar descanso aos animais, ou para dar-lhes comida, depois para ele mesmo ir tomar uma gelada na esquina nos dias de calor e o Recife sempre foi calorento. Fazia parada onde conhecia aqueles que mais amiúde usavam este meio de transporte.
O condutor assimilou a metodologia dos pregões das ruas do Recife e nas suas paradas, antes de botar em movimento os burros que puxavam o bonde, "anunciava" para os moradores das casas vizinhas:
"FREGUÊS VAI QUERER BONDE HOJE"? "BONDE, BONDE, VAI QUERER BONDE HOJE FREGUÊS"?
Tem lugar pra ir sentado. Espero pela freguesa?
Já sentou dona Maria? Dona Inês já achou um banco vazio?
Vai querer bonde freguês?
Vai burro da peste, de mansinho a gente chega logo, logo no palácio do governo. Lá tem muito "farelo" pra vocês comer, palavra de Celestino, vamo, vamo, ssssiusss.... vai anda bichão...
INACREDITÁVEL!
Eita Recife da peste!
Só no Recife mesmo!
P.S. Perdoem-me a pergunta é somente para o meu "governo":
-Quem de vocês lembra a demonstração de um teorema matemático ou enunciar o resultado obtido? Sabem do que eu falo? Aqueles teoremas que estudamos no ginásio ou na universidade!
Virávamos as noites em claro, "queimávamos as pestanas" para colocar na cachola essas pestes destes teoremas para as provas de fim de ano.
Até tomamos o Tónico Neurofosfato Sky (de cor verde, amargo danado) para ajudar a lembrar a explicação dos passos dados para demonstrar um teorema fodido qualquer.
Nada, necas, ninguém lembra nem pra que lado vai. Zero zerinho! Não é mesmo?
Agora serio gente boa, alguém se lembra de como solucionar um determinante ou deduzir a formula do cone ou da pirâmide? Por todos os santos, que os egípcios e seus Faraós calculem esta merda da formula da pirâmide, por que nós? Nós vamos construir pirâmides na Praça Maciel Pinheiro?
Então pergunto, por que os pregões cantarolados nas ruas na nossa infância lembramos como se fosse hoje?
A resposta quem sabe está nos nossos professores de matemática.
Seria de bom proveito, trocá-los pelos vendedores ambulantes e os resultados seriam muito melhores! Verdade?
N.B. Peço perdão se esqueci algum deles. Mesmo estes, são de minha inteira admiração e respeito, eles viverão eternamente nas minhas lembranças assim como a minha rua no Recife matuto.
Fim da serie PREGÕES.
(Todos os direitos autorais reservados)
Rehovot-Israel, Dezembro 2011
Que passado, que beleza tinha esta cidade tropicalissima, maravilhosa no meu tempo de menino.
Vocês concordam comigo?
Agora para terminar com este tema de "pregões que me lembro da minha rua no Recife" seria de bom proveito acrescentar um fato interessante.
Vejam, não necessariamente só os ambulantes que vendiam alimentos e bugigangas para as donas de casa, tinha cada qual seu pregão.
Outros também usavam o sistema de se enunciar-se com pregões.
O costume de "falar" com o publico através dum "pregão" foi assimilado também por outros setores, um deles, foi o de transportes (a dos bondes).
Um conterrâneo meu contou-me que no "tempo antigo" na Rua da Soledade, passava bonde.
Naquele tempo era puxado por 6 burros (talvez ele esteja exagerando) e o condutor parava onde queria.
Primeiro para dar descanso aos animais, ou para dar-lhes comida, depois para ele mesmo ir tomar uma gelada na esquina nos dias de calor e o Recife sempre foi calorento. Fazia parada onde conhecia aqueles que mais amiúde usavam este meio de transporte.
O condutor assimilou a metodologia dos pregões das ruas do Recife e nas suas paradas, antes de botar em movimento os burros que puxavam o bonde, "anunciava" para os moradores das casas vizinhas:
"FREGUÊS VAI QUERER BONDE HOJE"? "BONDE, BONDE, VAI QUERER BONDE HOJE FREGUÊS"?
Tem lugar pra ir sentado. Espero pela freguesa?
Já sentou dona Maria? Dona Inês já achou um banco vazio?
Vai querer bonde freguês?
Vai burro da peste, de mansinho a gente chega logo, logo no palácio do governo. Lá tem muito "farelo" pra vocês comer, palavra de Celestino, vamo, vamo, ssssiusss.... vai anda bichão...
INACREDITÁVEL!
Eita Recife da peste!
Só no Recife mesmo!
P.S. Perdoem-me a pergunta é somente para o meu "governo":
-Quem de vocês lembra a demonstração de um teorema matemático ou enunciar o resultado obtido? Sabem do que eu falo? Aqueles teoremas que estudamos no ginásio ou na universidade!
Virávamos as noites em claro, "queimávamos as pestanas" para colocar na cachola essas pestes destes teoremas para as provas de fim de ano.
Até tomamos o Tónico Neurofosfato Sky (de cor verde, amargo danado) para ajudar a lembrar a explicação dos passos dados para demonstrar um teorema fodido qualquer.
Nada, necas, ninguém lembra nem pra que lado vai. Zero zerinho! Não é mesmo?
Agora serio gente boa, alguém se lembra de como solucionar um determinante ou deduzir a formula do cone ou da pirâmide? Por todos os santos, que os egípcios e seus Faraós calculem esta merda da formula da pirâmide, por que nós? Nós vamos construir pirâmides na Praça Maciel Pinheiro?
Então pergunto, por que os pregões cantarolados nas ruas na nossa infância lembramos como se fosse hoje?
A resposta quem sabe está nos nossos professores de matemática.
Seria de bom proveito, trocá-los pelos vendedores ambulantes e os resultados seriam muito melhores! Verdade?
N.B. Peço perdão se esqueci algum deles. Mesmo estes, são de minha inteira admiração e respeito, eles viverão eternamente nas minhas lembranças assim como a minha rua no Recife matuto.
Fim da serie PREGÕES.
(Todos os direitos autorais reservados)
Rehovot-Israel, Dezembro 2011
Eng. Izaias Rosenblatt, Recife
ResponderExcluirDISSE:
Tema: Do tempo que do Bonde de burro no Recife
Paulo, vc fez muito bem em colocar suas memórias no papel. Eu repassei para um monte de gente, judia e goi. A comunidade é outra, os jovens vivenciam outra realidade.
O bairro onde está o Hospital Pedro II se chama Coelhos. Uma dessas grandes áreas aterradas onde mora gente pobre e miserável. Agora tem uma ponte que liga com o Coque (outra favela assustadora) e permite saída para o prédio da Justiça Estadual e pra Rua Imperial e dai pra Afogados. Os viadutos e pontes da Avenida Agamenon Magalhães fizeram com que essa área tenha um intenso trafego. O Cais Jose Mariano continua cheio de madeireiras, a Ilha do Leite em volta do Pedro II está cheia de hospitais e clinicas, e o IMIP (Instituto de Medicina Integrada de Pe) juntou 3 hospitais, o Pedro II e o Oscar Coutinho, todos reformados mas preservados, e o próprio conjunto do IMIP, a área materno-infantil, e atendem a população pobre de todo o Estado que vem em caravanas de ônibus (tudo com hora marcada) todo santo dia. Abcs Izaias
Izaias disse mais:
Paulo, legal recordar essas coisas, mas o fato é que o tempo passou, não existem mais lampiões de gás, as lâmpadas hoje são do tipo econômico, nem incandescente se encontra mais, o trafego em toda parte é intenso, é muita gente por toda a parte, grandes lojas e muito comercio, tudo globalizado, é quase impossível andar no trecho entre a Soledade e a Gervasio Pires devido as multidões, o Shopping Boa Vista cobriu com uma passarela a Conde da Boa Vista, o Marista virou um grande Atacadão de presentes, e a avenida foi transformada num corredor de ônibus, vou repetir o que falei antes - venha rever sua cidade !!!
abcs Izaias
14 de janeiro de 2012
ResponderExcluirJacq Cano, Israel
DISSE:
1. Se eu não me engano, não existia um bairro que se chamava Pedro Segundo, mais simplesmente São Pedro que na pratica fazia parte do bairro da Boa Vista. Alias o hospital ficava pertinho do rio ou como nos chamávamos, a maré.
Como fazia cobrança do outro lado da maré toda segunda feira, ia a pés de minha casa, passava pelo hospital Don Pedro Segundo, ia ate o rio e de lá com um bote atravessava o rio para fazer a cobrança e assim eu economizava um tempão enorme, pois eu não tinha que viajar de ônibus ate lá.
2. O pregão era... "dois pacotin é um tostão" (não cruzado. o cantor Gilvan Chaves cantou esse pregão e ele cantava tostão e não cruzado)
14 de janeiro de 2012
ResponderExcluirDr.Samuel Hullak- Recife.
DISSE:
Prezado Paulo, na época recifense que vc retrata,existiam
bolinhas de capim-santo e outras bolinhas.
A bolinha de cambará era indicada na medicina popular de então para tosse,"constipação"e até para alivio de crise asmática.
As bolinhas fossem de que fossem
eram feitas de mel de açucar queimado no ponto de fazer bolinha
quando se agregava o capim,ou o macerado das folhas como no
caso do cambará (Lantana Camara).
Mesmo quem não estava doente
chupava por gosto o confeito.
Em anexo alguns pregões do Recife antigo.
Cordialmente,
Samuel.
Ismael Gouveia-Recife
ResponderExcluirDISSE:
Meu caro Paulo.
Parabéns pela crônica.
A título de esclarecimento, informo que as "bolinhas de cambará" eram vendidas em tabuleiros nas ruas do Recife para tratamento da garganta. Era preparado um mel grosso com o arbusto cambará, muito florífero (Lantama camará) cuja semente são bolinhas pretas (daí também chamado de chumbinho). Quando o mel ficava no ponto, engrossava, eram feitas bolinhas na mão, que pareciam confeitos ou bombons. A criançada adorava. Se você quiser saber qual o arbusto, você que é da área de botânica, procure no Google - Lantana camará.
Abraço
ISMAEL
14 de janeiro de 2012 09:56 Excluir
Blogger Passiflora disse...
Ismael Gouveia-Recife
DISSE:
Meu caro Paulo.
Parabéns pela crônica.
A título de esclarecimento, informo que as "bolinhas de cambará" eram vendidas em tabuleiros nas ruas do Recife para tratamento da garganta. Era preparado um mel grosso com o arbusto cambará, muito florífero (Lantama camará) cuja semente são bolinhas pretas (daí também chamado de chumbinho). Quando o mel ficava no ponto, engrossava, eram feitas bolinhas na mão, que pareciam confeitos ou bombons. A criançada adorava. Se você quiser saber qual o arbusto, você que é da área de botânica, procure no Google - Lantana camará.
Abraço
ISMAEL
ResponderExcluirValdez Cavalcanti-Paraiba.
DISSE:
Waldez Cavalcanti- Paraiba
DISSE:
Bom! Cambará é um arbusto bem distribuído por todo o território brasileiro. Se usavam, na confecção do bolo, goma ou farinha de mandioca é coisa de Nordeste. A farinha já é bem conhecida no Sul mas a goma é uma senhora desconhecida por lá.
ResponderExcluirJacq Cano, Israel
DISSE MAIS:
O bairro onde se localizava o hospital Don Pedro Segundo se chamava de "Coelhos" e não São Pedro, La também era o terminal do bonde que chegava ate os Coelhos. La morava uma família judia: shkolnik.
O filho da família shkolnik se chamava Zeca e nos o chamávamos de "Zeca porcutski" que depois de um tempo (depois que ele abandonou a tnuá) se transformou em jogador de basquete e fazia parte do time do "Jet" (ou como nos chamávamos "o jete") que alias o campo dele não era longe dos Coelhos). Esse tal do Zeca porcutski passou depois para São Paulo e se eu não me engano abriu uma loja de moveis/
Dr. Meraldo Zisman- Recife
ResponderExcluirPsicoterapeuta e escritor.
DISSE:
PAULO LISKER,
MUITO BOA ESTAS CRONICAS.
A CRIANÇA É O PAI DO HOMEM.
OBRIGADO.
SHALOM
MERALDO ZISMAN
ResponderExcluirIsrael Coslovsky São Paulo
DISSE:
O tempo do Bonde de burro no Recife
Paulo
Como sempre, muito, muito bom ! Parabens!!!
Um abraço
Neco
ResponderExcluirSluva Waintraub-SALVADOR, BAHIA.
DISSE:
Paulo: Li todas as crônicas. Gostei de sua crônica sobre o vendedor de bolinhos de cambará. Acho que isso só havia em Recife.
Li sobre os bondes puxados por burros, e sei que aqui na Bahia também foi assim ao início. A primeira empresa deste meio de transporte.
Em Salvador foi estabelecida no séc.XIX por um judeu de origem italiana. Nunca imaginei que eles chamassem os passageiros, uma vez que já nasci no tempo do bonde elétrico, que tinha seus pontos fixos onde esperávamos que parasse.
Quanto às ilustrações elas já chegam abertas junto às crônicas.
Sobre o sobrenome Sadigursky de solteira de minha mãe, Rachel Waintraub Z"L, pode ser que tenha se originado da cidade de Sadagora, mas meu bisavô já morava em Sukuron em meados do séc.XIX, quando nasceram seus filhos: meu avô e irmãos. Infelizmente daí para trás é impossível levantar a história da família.
Mais abaixo envio um artigo sobre sobrenomes judaicos que talvez já tenha recebido de outro internauta.
Shavua tov, Sluva.
Paulo Lisker Israel
ResponderExcluirDISSE:
Agradeço a todos os comentários e aos internautas que as escreveram.
Para mim é um verdadeiro ensinamento e um refrescar de memoria depois de tantos anos de ausencia das ruas do Recife.
Obrigado,
Dr. Gilberto Krutman São Paulo
ResponderExcluirDISSE:
Olá Abrahão
Te enviei uma croniqueta do Paulo esta é mais uma pra vc lembrar a terrinha.
Abs
Sra Matilde Recife
ResponderExcluirDISSE:
Paulo adorei essa sua cronica.
Muito gostosa e agradável de se ler.
Fico tambem me lembrando desses pregões que passavam pela Rua Velha onde moravamos
.Moramos em 3 casas diferentes na rua Velha e víamos e escutávamos todos esses pregões.
'Você lembra do menino com a tábua de pirulitos que tinha um apito?
O o homem do cuscus? Com seu tabuleiro tambem tinha um apito e o cuscus era muito gostoso.
Os pirulitos também. Passavam na boca da noite como se dizia (bem de tardezinha)
O cavaco chines....O homem andava com uma latas bem compridas penduradas nos ombros por uma correia e dentro tinha os cavacos chines que eram deliciosos. Eles batiam num triangulo : tilingo tim,tilingo tim.... O homem do miudo você já falou em uma das suas cronicas..
Bons tempos aqueles.Eramos felizes e não sabíamos.
Grande abraço
Paulo Lisker Israel
ResponderExcluirDISSE:
Estimada Sra.Matilde.
Muito obrigado pelo seu comentário.
Todas estas figuras já foram documentadas tempos atrás nas minhas croniquetas.
Na primeira oportunidade lhe enviarei.
Como já disse tenho quase 100 croniquetas publicadas nestes últimos 3 anos e até já abri um blog onde todas elas estão presentes.
Um abraço e mais uma vez agradeço.
Eng.Israel Coslovsky São Paulo
ResponderExcluirDISSE:
PAULO
MUITO BOM COMO SEMPRE...V. JÁ ESCREVEU VARIAS VEZES SOBRE OS PREGÕES DO RECIFE, MAS ESTA APRESENTAÇÃO TEM UM NOVO ((CAMBARÁ) E ESTE RESUMO TEM UMA APRESENTAÇÃO DIFERENTE, MAIS SAUDOSA E ROMANTICA, ESTA MUITO BOA MESMO.
APENAS UM COMENTARIO: ME PARECE QUE DEVE SER “PEGADO AO BAR DO SEU ARMINDO” E NÃO PEGO.
QUANTO AOS TEOREMAS, AINDA ME LEMBRO DE ALGUNS, BEM POUCOS. FORAM UTEIS NA VIDA PROFISSIONAL, POIS DE INICIO TRABALHEI EM ENGENHARIA CIVIL E VOLUMES E AREAS APARECIAM A TODA HORA. MAIS TARDE QUANDO FIQUEI MAIS COM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA, NÃO TINHAM MAIS UTILIDADE PRATICA, MAIS ACHO QUE SEMPRE FORAM IMPORTANTES NAS NOSSAS VIDAS, POIS NA VERDADE ERAM MAIS PARA NOS ENSINAR A PENSAR, E BUSCAR SOLUÇÕES.
UM ABRAÇO
ISRAEL - NECO
ResponderExcluirDr Ary Ruchansky, Ranana - Israel
DISSE:
Paulo
Os "bolinhos de cambará", exclente . Você é meu autor predileto.
Abraços.
ary
Dr. M. Rosenblatt Hadera-Israel
ResponderExcluirDISSE:
Artiguinho bao, seu… !!!
Agora você tem que contar sobre a viagem de navio pra Israel; o porque da alia' e como foi arrumada a viagem; que navio; que rota ate' chegar em Israel; etc.
Eu Jorge Sales me lembro tudo isso estou om 88 anos de idade eu moraa no bairro de São José era pequeno meu pai era comerciante árabe
ResponderExcluirO Coral do Carmo do Recife possui em seu repertório a música “Bolinha de Cambará” autor anônimo (pregão recifense), com arranjo do maestro M. Bezerra, mais ou menos assim:
ResponderExcluirBolinha de cambará
Vem menino, vem comprar
O pacote é um tostão
Eu tenho bolinha de cambará, uruçu e agrião
Cura tosse e constipação
O pacote é um tostão
Aí, aí, ai, aí!
Lá vem a lua saindo e eu vendendo
Minhas bolinhas de cambará
Moço decente, venha comprar
Aí, aí, ai, aí!
Vai a lua se escondendo e eu na rua
Sempre a gritar, sempre a cantar
Olha a bolinha de cambará